O Alfarrabista

O Alfarrabista

20 anos sem Renato Russo…(em 11/10/2016).

Sou da geração dos 80 (finalzinho dos 70). Sou da geração do Atari, do K7, do PC, do 486, 586, do Windows, do Pentium…do início dessa loucura maravilhosa que se tornou a Internet.

Sou da geração do Rock, que no estado em que nasci também é sinônimo de “festa”, “balada”. Aquele Rock BRASILEIRO dos anos 80, cheio de criatividade iconoclasta, de sentido, de visão, crítica, ideal e engajamento.

Hoje é o aniversário de 20 anos de morte de Renato Russo, um dos expoentes desse movimento do rock brasileiro. Confesso que  à época não entendia tão bem o que ele queria dizer em suas letras embora sentisse que “havia algo ali”.

Eduardo e Mônica, Faroeste Caboclo, letras longas, verdadeiras narrativas cantadas, mas que grudavam na cabeça (e continuam grudadas). Eu não sabia o que era…agora eu sei…é Poesia…aquele “universal” de que tão longe no tempo tratou Aristóteles formulando que esta superava a história.

Não me interessa tanto a vida e os dilemas do Renato Russo (cada um tem os seus). Me interessa a sua obra. Ele era efêmero como eu. Mas a sua obra é perene. Ela fica. Ela ficou.

Como seria bom se a turma hoje largasse um pouco (só por um pouquinho) o que eles têm ouvido e dessem uma chance a si mesmos ouvindo o álbum “Que país é este?” (1987 ).

Em tributo à data e à obra de Renato Russo, segue a ATUALÍSSIMA letra da canção/manifesto “Que País é Esse?”

QUE PAÍS É ESSE?

Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse? (Refrão)
No Amazonas, no Araguaia, na Baixada fluminense
No Mato grosso, Minas Gerais e no Nordeste tudo
em paz
Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão
(Refrão)
Terceiro Mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão.
(Refrão)

Renato, nada a acrescentar, a sua pergunta segue em aberto, também é a minha em 2016…

É só mais uma prova de que a poesia sobrevive e supera a história.

QUE PAÍS É ESSE?

Como dizia o maestro Tom Jobim: “O Brasil não é para principiantes”

Sigo tentando…

(Em 11/10/16)

 

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *