Meu poema enjoadinho (em 05/07/16).
Primeira vez em um tom verdadeiramente ALFARRABISTA, cansado da política e acabrunhado pelas ironias da vida “que é luta renhida que os fracos abate, e aos fortes só faz exaltar”.
Sabendo assim, que conforme meu pretenso ancestral, dizia o valente Tamoio “viver é lutar”. Vivo lutando, seguindo meu caminho com valentia e uma pitada de pensiero debole à la Vattimo, que me permite a pilhéria de rir de mim mesmo, epítome do humor cínico diante da tragédia e da maldade, onde, como dizia o Otto Lara Rezende “o mineiro só é solidário no câncer” acabei me lembrando do “poema enjoadinho” do poetinha Vinícius em sua ode aos filhos.
Me permiti com toda licença poética, sem pretensão e com muito respeito por quem, como ele entendeu, em seu bom humor sábio, que “é melhor ser alegre que ser triste” e que “não se deve andar só mas em boa companhia” compor uma paródia, O MEU POEMA ENJOADINHO, onde não “odeio” aos filhos mas mas faço ode ao pai.
Ei-lo então:
Pai…pai?
Não tem como não tê-lo
Seria melhor não tê-lo?
Mas como não podemos não tê-lo?
Como sabe-lo?
Se não o temos
Quem te põe culpa?
Quanto silêncio?
Como o queremos
Banho de mar
Diz que é um porrete
De arma na cinta!
Cônjuge voa…coitada da mãe
Transpõe o espaço
Engole remédio
Fica doidão!
Se idiotifica
Despenca no chão!
Depois, que de boa
Feio o drama
Rejeita a ajuda
Que embaraço
Que a criatura fica
Resultado ridículo
E então começa
A aporrinhação
Celular solavanco…
Desmaio na rua!
Bebe amoníaco
Comeu botão
Estraga o joelho
Cobra indenização!
Sem moderação
Pai? Filhos?
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Tem pai que é o demo
Melhor não tê-lo…
Mas se não o temos
Como sabê-lo?
Como nascemos?
Como saber?
Que safadeza!
Nos seus poucos cabelos
Que cheiro de enxofre!
Na sua carne
Que baba amarga!
Na sua boca
Cospe gilete!
Bebe shampoo
Ateia fogo
No seu mundo fantástico
No acampamento cigano
Que só vê o lunático
Assim, que coisa
Que coisa louca!
Que coisa esquisita
É o meu pai…
PS. Essa não é uma obra de ficção…
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O ALFARRABISTA